Martin Daneš

Martin Danes

Martin Daneš escreveu cerca de dez livros em tcheco (romances, coletâneas de contos e crônicas combinadas), além de dois romances escritos diretamente em francês: "O Tanque e o Bonde" (Edições Vents d'ailleurs) e "Palavras Quebradas" (Edições De la Différence). Este último traça o período final da vida de Karel Poláček, um escritor tcheco de ascendência judaica, durante a ocupação nazista de Praga. A versão tcheca de "Palavras Quebradas" foi eleita um dos livros de 2020 pela crítica praguense.

Disponível a partir de 1º de setembro

Dois amigos íntimos, exilados tchecos na França há quase meio século, fazem um último passeio juntos nos Jardins de Luxemburgo. Um deles, um escritor de renome mundial chamado Milan, permanece em Paris, enquanto o outro, um ex-jornalista e narrador da história, precisa retornar a Praga. Forçado pelas circunstâncias, ele sente falta do país anfitrião e teme retornar à sua terra natal, que, tendo passado por profundas transformações após 1989, não é mais verdadeiramente sua. Um último personagem, Gustáv Husák, o líder comunista tchecoslovaco que havia levado os dois primeiros ao exílio, completa o trio por meio dos sonhos, até mesmo pesadelos, do narrador. Surgem perguntas: por que Gustáv Husák, esse "presidente do esquecimento", segundo Milan, se refugiou em silêncio durante a queda do regime comunista em Praga? Como não ceder às aparências, aos clichês e aos argumentos de autoridade que são prerrogativa de todas as épocas? Além disso, para responder, é sempre necessário recorrer às palavras? Porque, para além das verdades partidárias que nos manipulam, o silêncio de um velho que deixou o campo de batalha talvez sozinho transmita a verdade autêntica.