Christian Gallopin

Christian Gallopin

Christian Gallopin estudou medicina e filosofia, dedicando-se, após dez anos de clínica geral, à prática clínica dos incuráveis (Algologia e Cuidados Paliativos), mas sem nunca deixar de explorar literatura e poesia. Codiretor da coleção "Idade e Vida" nas Éditions Érès. Após a publicação de vários contos, ensaios, artigos e textos poéticos (Viver Quando o Corpo Suja o Campo, Manifesto pela Idade e pela Vida, Dicionário Impertinente da Velhice etc.) em obras coletivas ou revistas, "Autópsia das Baratas" é um primeiro romance.

Mas quem é Germain Pouillon? Um garoto abandonado no fundo de uma fazenda em Thénardière? Um jovem envolvido nos absurdos da Guerra da Argélia? Um ser perpetuamente condenado à fuga? Uma pessoa não violenta enfrentando o temperamento assassino do mundo? Os mecanismos do relógio vêm se apertando pacientemente desde muito antes de seu nascimento. E, uma vez que as engrenagens estejam engatadas, sejamos de Atenas sob Péricles ou de Saint-Germain-des-Prés sob De Gaulle, nada pode dobrar o destino. Então, quem é Germain Pouillon? Um homem como qualquer outro ou uma máscara escapada de uma tragédia grega? "Rios e lagoas escondem segredos terríveis sob suas ondas. Pedaços de crianças mortas. Amores desperdiçados. Cabelos ondulados, cortados pela força dos vencedores. Corpos negros pisoteados, carregados pela ressaca ou pelo hálito ardente do pó da mina. Serpentes venenosas e suas línguas bifurcadas." Deus aqui, Diabo ali. Um cavalo de arado e ferraduras. Os olhos de uma jovem gazela refletidos no dourado de uma lanterna. Dois sorrisos cúmplices. Algumas gargalhadas. Um livro de aventuras em sua capa vermelha. A espuma de uma Paulaner apreciada em um terraço. Bocas famintas reunidas em uma cesta. Um galho de acácia batendo na borda de um prato. Três baratas frustradas rolando no barro vermelho. Um pintassilgo sem cabeça. Sete bolinhas de gude em uma caixinha...