Sébastien Kulemann

Sébastien Kulemann

Sébastien Kulemann mora em Liesse Notre-Dame, no departamento de Aisne, perto de Laon, com a esposa e a filha. Formado em economia e administração, é atualmente inspetor escolar e inspetor regional de educação. Depois de publicar inúmeros livros didáticos, decidiu dedicar-se a uma escrita mais pessoal: em 2021, a Douro Publishing ofereceu-lhe a oportunidade de publicar seu primeiro romance, Antípodas. O segundo, "O Sentido da História", foi lançado em outubro de 2022.

O Significado da História

Em 30 de dezembro de 2006, véspera do Ano Novo, o ditador iraquiano Saddam Hussein foi enforcado. Por que a notícia dessa execução mergulhou Isabelle nessa tristeza repentina? Aos 37 anos, ela deveria se sentir realizada: um emprego interessante, uma posição segura, um marido ambicioso, dois filhos bonitos, uma linda casinha em uma área residencial recém-construída e limpa nos arredores de Orléans. E daí? O que a morte de Saddam tem a ver com sua vida? Fevereiro de 1991. A Universidade de Paris 8 se mobiliza contra a primeira Guerra do Golfo. Isabelle descobre essa universidade extraordinária, seus professores com seus ensinamentos pouco acadêmicos, seus estudantes ativistas, seus corredores labirínticos e enfumaçados. Dezembro de 2006. A morte de Saddam Hussein ecoa para Isabelle a morte de suas ilusões, a de um mundo novo, um mundo diferente, um mundo melhor que daria sentido à história de mulheres e homens. 1991, esperança; 2006, morte: será este, em última análise, o sentido da história? O sentido da sua própria história, Isabelle?

Antípodas

Do que o narrador foge ao aceitar um cargo na Nova Caledônia, a vinte e dois mil quilômetros da França? Do outro lado do mundo, ele descobre este território francês considerado pela ONU uma das últimas colônias do planeta. Um território onde coexistem dois universos não relacionados: o "mato" e a capital, Nouméa. Nouméa. Um estranho microcosmo ainda vivo na década de 1980. Aqui, as pessoas vivem bem. Muito bem, até. Divertem-se, brincam, aproveitam o sol e o mar o ano todo. Para quem vive lá, a ideia de independência não tem sentido. Pelo menos na mente daqueles que importam: na mente dos brancos. Eles são gentis, despreocupados e deliberadamente cegos à pobreza e à miséria que encontram em Nouméa. Uma pequena cidade perdida no Pacífico. No entanto, estranhamente, lembra ao narrador outra cidade, distante: Mônaco. Na década de 1980, quando era adolescente, um tio rico o convidou para passar férias. Todo verão, os amigos do tio também vinham. Pessoas revoltadas e irritadas com a recente vitória de François Mitterrand e a ascensão da esquerda ao poder. Homens, exclusivamente. Ou quase. Homens amargos, doentes e desdenhosos. Homens cruéis, muitas vezes. Homens perigosos, às vezes. Todo ano, o narrador ia de férias para Mônaco. Mas por quê? Nouméa lhe dirá.